Meus caros,
Sempre que posso, coloco aqui as minhas impressões sobre os torneios de que participo ou daqueles que pude presenciar.
Nesse final de semana, começou o Campeonato Estadual de Mestres e, pela primeira vez, estava apto a jogar. Para pontuar, é necessário dizer que é um torneio mais forte que os meus habituais. Um campeonato em que não existe ponto fácil - e utilizando uma regra do pôquer - quando você não sabe quem é o pato da mesa, é porque o pato é você...
Ousei jogar o torneio, mesmo sabendo que estaria entre os jogadores mais fracos. Mesmo sabendo que provavelmente meu aproveitamento fosse muito abaixo do meu normal. Não fiz como a maioria dos jogadores sempre fazem, ou seja, tive uma certa coragem para jogar. Muitos jogadores em plena ascensão, classificados para o torneio, deixaram de participar. Cada um com seu motivo, mas, no íntimo, sempre há o receio de enfrentar os mais fortes...
Por um lado, há razão. Não é fácil perder. Não é agradável ser derrotado quatro ou cinco vezes. Não é fácil investir dois finais de semana e quase 30h de jogo para sair frustrado do tabuleiro.
Porém, vendo por um prisma mais expandido, é uma excelente oportunidade para evoluir. É a ocasião simples e ao alcance de muitos, que permite sentir, na prática, como um Mestre joga. Esse processo de evolução é lento, mas é necessário utilizar os melhores jogadores como parâmetro. Deixo aqui meu registro de frustração por não ver meu amigo Renato Werner jogando. Assim como outros jogadores importantes no cenário carioca: MF Vinícius Vilela, Paolo Ghiu, Artur Santa Cruz, Rodrigo Zacarias, dentre outros - preferi citar só os de meu clube.
Antes de falar um pouco do torneio - pouco mesmo - deixo outro registro de decepção. O abandono do torneio de meu amigo Maia, ex-dirigente da FEXERJ. Não sei quais foram suas razões, mas torço para que não tenha sido o fato de ter perdido as duas primeiras partidas para jogadores, em tese, mais fracos.
Vamos ao evento, então!!
O torneio tem apenas 20 (vinte) participantes, pelas razões já levantadas aqui... Podem conferir a lista de jogadores AQUI. Depois de quatro rodadas, restando outras três, lidera sozinho, o MF Wagner Peixoto, com 3,5. Houve muitas partidas interessantes. Destaco a derrota do número 1 do torneio para o MF Hilton Rios e a deste para o atual líder. As quarenta partidas estão disponíveis no Chess-Results.
MI Eduardo Limp x MF Hilton Rios
Não sei bem em quem apostaria, mas o MF Wagner Peixoto está bastante cotado, pois é um jogador muito sólido e aguerrido. Não desiste facilmente de uma boa luta no tabuleiro. Ainda terá de enfrentar outros candidatos, mas colocaria minhas fichas nele.
MF Wagner Peixoto x Tadeu Santos
O meu desempenho foi sensacional. Sensacionalmente desastroso... Eu perdi as três primeiras partidas. Sinceramente, não me vi jogando mal. As partidas seguiram igualadas por muito tempo e os meus engines aqui em casa me dão esperanças de que é possível acertar os melhores lances. Não vou afirmar que fiquei ganho em todas e perdi - como fez meu amigo Eduardo Arruda na SF do Brasileiro... Porém, posso dizer que deixei de jogar o melhor em posições que não eram tão críticas. Falhas custam caro no Estadual de Mestres. Na quarta rodada, consegui uma vitória para animar um pouco para a sequência. O meu talentoso e ousado adversário cometeu um pequeno equívoco na abertura e não conseguiu sustentar uma posição aguda desde o início.
E, para não perder o hábito, preciso elogiar a organização, que praticamente se resumiu aos árbitros. Rafael Rafic e Felipe Albuquerque fizeram um trabalho primoroso. Impecável a atuação deles. Mantiveram a ordem no salão e promoveram o melhor cenário possível para a competição. Meus sinceros agradecimentos.
Felipe Albuquerque e Rafael Rafic
Assim terminou o primeiro final de semana do torneio. Aguardemos as próximas batalhas no próximo final de semana, no salão do Tijuca Tênis Clube.
Abraços,
Kemper