9 de dezembro de 2011

Kasparov no SporTV (45 min!!!)



Que matéria interessante!!! Uma verdadeira homenagem ao maior enxadrista de todos os tempos. Mais de 40 min de vídeo!! Vale assistir. 


Com apenas 22 anos, Garry Kasparov foi o jogador mais novo a se tornar campeão mundial de xadrez. O russo reinou absoluto como campeão e número um do ranking mundial durante 15 anos, até 2000. Nesta época, ninguém era capaz de derrotá-lo. Ou melhor, quase ninguém. Em 1997, o computador "Deep Blue" aproveitou um erro do enxadrista e saiu vitorioso do confronto. Foi a derrota mais rápida da vida do russo: em apenas 19 jogadas. Mas atualmente a relação jogador-computador mudou. O que antes era visto com um adversário, agora virou aliado.

Com o passar do tempo, os computadores evoluíram. O "Deep Blue" era capaz de calcular 200 milhões de posições por segundo. Os superprocessadores atuais são capazes de realizar 500 trilhões de operações por segundo. Para o atual campeão mundial de xadrez  Viswanathan Anand, o avanço das máquinas não tira o encanto do esporte. Pelo contrário, ajuda os enxadristas no treinamento.
O xadrez continua tão fascinante quanto antes"
Viswanathan Anand, atual campeão mundial de xadrez
- Eu acho que é mais uma ferramenta de aprendizado do que uma disputa Homem versus Máquina. O que é interessante agora é usar os computadores para resolver problemas incrivelmente complexos. Hoje, o mundo do xadrez passou a trabalhar com os computadores em vez de competir contra eles. Até os programas têm personalidades diferentes. O xadrez continua tão fascinante quanto antes - disse em entrevista ao "SporTV Repórter".
O indiano acredita que a tecnologia também foi responsável por tornar o esporte acessível a um público ainda maior.
- A maioria dos torneios de xadrez é transmitida pela internet em tempo real. É fácil acompanhar do conforto do lar. Isso aproximou o xadrez de muitas pessoas. Os computadores vão tornar cada vez mais fácil para os fãs acompanharem o que está acontecendo no jogo. Assim, eles podem curtir o xadrez muito mais. Isso nos permite levar o esporte a um público mais amplo. O mundo do xadrez já superou a questão de estar em uma corrida contra os computadores. Hoje, apenas desfrutamos da tecnologia. Superamos a geografia. Você pode estar em uma ilha, em qualquer lugar do mundo, é tão fácil acompanhar uma partida. Abriu muitas portas interessantes para nós.
Kasparov, porém, nunca se conformou com a derrota e pediu uma revanche contra o "Deep Blue". A IBM desmontou o programa e os dois nunca mais se enfrentaram. Hoje, ele relembra a derrota:
- Eu não levei muito a sério. Tenho que admitir. Não quero voltar a essa discussão. Reconstruí minha relação com a IBM recentemente. O "Deep Blue" só jogou uma vez. Foi contra mim, e depois foi desmantelado. Se você olhar para as partidas que jogou, pode dizer que os computadores modernos são melhores na análise das posições.
Psiquiatra da faculdade de medicina da Universidade de São Paulo (USP), Marcos Peluso acredita que a derrota não deveria envergonhar Kasparov.
 - Como é possível uma pessoa competir com uma máquina que podia calcular 200 milhões de lances por segundo? O extraordinário é que ele ganhou uma partida e empatou duas. Minha teoria é que o Kasparov não estava calculando, mas sim usava a intuição. O grande mestre tem essa qualidade que é a intuição e que não existe nas máquinas. Fico admirado pelo fato do Kasparov ter conseguido ganhar uma partida da máquina e empatar duas.